quinta-feira, 24 de abril de 2014

A ALMA O GUERREIRO E O DRAGÃO


 
E São Jorge despiu-se de sua armadura
E a Dragoa enrosca-se em sua pele nua
Os gritos, urros, lançadas, brandir de dentes e espada
Silenciaram-se para sempre
Tingiu-se de escarlate a lua
Lua de mel entre o guerreiro feito poeta
E a serpente antiga das bandas do Oriente
Já não são mais inimigos, e passeiam à noite calma
Regando os céus com as gotículas brilhantes de estrelas
Irmanados no Amor que redime e abençoa
Vivem felizes, o apaixonado paladino e a ardente Dragoa
Enquanto cá na terra os homens ainda se devoram




Lutam em batalhas que não se explicam
Sombra e luz nas almas sacro-profanas e livres
Dançam e se amam em sua sem-vergonhice
Bandeira branca amor
Que o tempo de discórdia já passou
Deitemo-nos sobre a capa do guerreiro
Removei a armadura romana do despeito
Que encontramos melhor utilidade para nossa lança



Nos beijos e no prazer que em gozo solto avança
Como alazão selvagem em nossa alma boa e santa
De supostos heróis vestidos à Romana
Nossa alma e história já estão cheias
Que venham heróis mais profundos
Com o corpo desnudado e rubro
Derramando mel por entre as trincheiras


Paladinos, prontos pra fazer a paz
Onde só existe conflito e guerra
Dos dragões, estas quimeras
queremos a sabedoria oriental
Esta que renova nas almas a primavera
E desnudam as flores dos sentimentos
Nos campos coloridos do apogeu da nova era



Desvelando em sortilégios e mistérios:
Àquilo que nosso coração almeja e espera!
A alma virgem foi resgatada
Pelo moço de bigode raspado e crista de galo
E pela mágica Serpente ígnea dos antigos sábios
Vivem em harmonia e paz
Minha alma, o Dragão e o Guerreiro
Sou serpente, paladino e mulher
Sombra e Luz ao mesmo tempo!
Salve Jorge da capa doce!
Louvores ao Dragão que cospe flores!
À alma feminina meus louvores!
Vajrananda (Diógenes Mira)


























Nenhum comentário:

Postar um comentário